sábado, 28 de novembro de 2009

Sem medo?

Vindo ainda agora de Coimbra , onde a pós graduação me vai mantendo ocupado , entro no silêncio da casa e é como se entrasse num outro universo .


Um tanto confuso como se tivesse saído da manga de um avião após uma viagem a um outro país venho com outras ideias e um outro espírito mas , tal como sucede depois de uma verdadeira viagem , lentamente vou sendo atingido pelo ambiente que me cicunda e vou replicando em mim a atmosfera que nele respiro e assim de novo me torno no eu que aqui sou , neste local que quase nada me diz e com o qual não me identifico. E esse eu é um ser revoltado , zangado com o que o rodeia mas , ao mesmo tempo , pouco activo , pouco efectivo , que não tem sido capaz de mudar o estado de coisas.

Muito depende da nossa força de vontade - vem uma voz que se ergue por detrás de mim , informar - muito depende do que realmente queremos para nós, repete.


Ah! mas há tanto tempo que vivo assim ,há tanto tempo que espero que seja o tempo a resolver as coisas que não sei como agir de outra forma - retorqui como se um condenado fosse, condenado a esta pena capital de viver sob uma espécie de uma força maior que esmaga e comprime.



Tens que perder o medo de perder. Lembra - te que o que hoje se perde poderá amanhã ser compensado com outra coisa melhor , mais positiva , que te faça sentir mais incluido , mais humano.

sábado, 21 de novembro de 2009

Brisa fria

Pela fresta da janela , uma brisa fria , atinge o meu corpo .

Lá fora , o cinzento no céu , acentua - se e a chuva , ainda agora uma ameaça , parece ser já uma realidade.

domingo, 8 de novembro de 2009

O que há entre nós?

O que há entre nós? - perguntou - enquanto descia a sua mão direita pelo cabelo liso , acastanhado , e me olhou com aquele olhar que eu já havia perscrutado antes. Caminhava , agitada , de um lado para o outro na sala quase vazia e que me pareceu enorme naquele instante em que parou e me interrogou daquela forma directa , diria até brutal e , inesperada , sim , muito inesperada.

Não conseguia deixar de a ver ainda deitada sobre a toalha estendida na areia branca da praia , naquele dia de Agosto , quando a revi ao fim de uns anos em que as nossas vidas se separaram , e de me lembrar muito vivamente da estranha sensação que tive nesse dia quando o meu corpo não mais obedecia às ordens do cérebro e começou a tremer incontroladamente como se tivesse sido atacado por um estranho e desconhecido vírus.

Estávamos agora um frente do outro com aquela pergunta pairando no ar e senti a atmosfera a adensar - se como se de repente um nevoeiro espesso se tivesse instalado e os meus olhos deixassem de ser capazes de ver com nitidez.


Fiquei atrapahado , confesso. Senti - me como um adolescente , tal como me sentira naquela tarde de Agosto , na praia , quando a vi de biquini e o seu corpo elegante me catalputara até fora de mim , para uma dimensão onde o meu raciocinio não era mais o comandante .