
Acordo entre a bruma e o silêncio, tirando dos lençóis os pés quentes enquanto o olhar aguarda o teu que se moverá em jeito lento e suave. A manhã está tranquila e aparenta um dia promissor. Será assim?!
Continuas ainda deitada, o corpo espreguiçado pela cama inteira, agora só tua, enquanto vou rondando o espaço procurando perceber se ficarás mais algum tempo ou se sairás, aproximo – me da janela e espreito as cores que o tempo pintou sem pensar em futuro ou passado apenas no momento e deixo o olhar estender – se pelo campo fora, deixo que os sentidos se percam no exacto instante em que abro as portadas exteriores e deixo o ar juvenil da manhã entrar nas nossas vidas.
Viras o rosto em direcção a mim e quase não consigo aguentar a beleza dos teus traços ainda dormentes, ingénuos e puros, mas rolas de novo no sentido oposto e deixas – me ali, especado, a olhar o infinito que é o passado, a memória dos momentos vividos contigo.
Detenho – me uns instantes mais junto da janela que se abre à vida, observando os pássaros em voo sereno e o verde que me inunda de esperança enquanto tu permaneces estendida em preguiça inocente, envolta porventura ainda no que sobra dos sonhos da noite.
- Bom dia! – ergue – se pacifica tua voz que se espalha doce dentro da minha cabeça que quase já partira para outro instante.
- Bom dia – respondo, desenhando um sorriso em todo o quarto – como és bonita …! como ficas ainda mais bonita depois de uma noite de amor!...
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