terça-feira, 29 de maio de 2007

Melancolia







Correu calmo o dia , entre memórias de um tempo que passou e a miragem de um futuro que não chegará nunca .
Da janela , a paisagem mudava continuamente à medida que o comboio , ágil , galgava o espaço , juntando os lugares .
Lisboa estava já ali e o passado quis por instantes ligar-se ao presente.

Escorreu uma lágrima de raiva e outra de decepção enquanto o passo firme se apressava em direcção ao destino.

O rio depressa se abriu ao mar e os pensamentos vogaram para a linha do horizonte deixando o Bugio na sua solidão de sempre.
De novo o comboio , Cruz Quebrada , Algés, Belém, Alcântara , Santos e o Cais do Sodré ; o tempo cai lento numa cidade apressada , mas é preciso um autocarro rápido para um tempo curto e uma vez mais o comboio.
Lisboa ficará consigo mesma e os seus habitantes .
Duas amigas rindo -se , cúmplices , dos namoros em flôr enquanto a paisagem corre outra vez em sequência cinematográfica.
A resplandecente luz do sol entra pela janela do comboio , sentando - se a a meu lado.

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