sexta-feira, 11 de maio de 2007

Em memória


Abro a porta e deixo que entre o amor, enquanto lá fora , a chuva cai de mansinho molhando a rua , apagando os rastos do dia , os silêncios , as esperas , as vozes que se levantaram e que nos confundiram.
Entre , então, sente-se junto a mim , aqui neste sofá madrepérola normalmente grande de mais para uma pessoa só e que consigo ao pé de mim ficará menos vazio desta solidão que assomou e parece não querer largar. Entre , vá , não faça cerimónia nem tema que eu me tente e me lance a si como leão a presa fácil .
Sente -se um pouco e conversemos sobre o barulho que a chuva faz ao cair no cimento e aproveitemos para lembrar o verde que vimos quando passeávamos pelos campos de ontem. Sente-se, ouça esta música que encontrei no baú da memória e deixe-se ir um pouco enquanto a chuva cai e molha o tempo , molha lentamente as ideias que cruzamos no ar que nos cerca e , quem sabe , fumemos um cigarro de que talvez nos iremos arrepender.Sente-se , vá , por um pouco , enquanto a chuva cai...

Sem comentários: