domingo, 18 de novembro de 2007

Pequenos azares








Foi tangencial, digamos assim; um capricho do destino, poderei igualmente pensar. A verdade é que foi por inexplicáveis instantes que não me cruzei com ela, por quem tão ansiosamente procurava, por quem tão ansiosamente tenho procurado nestes últimos dias.

Eu, de um lado da rua e ela do outro, em apressado passo em direcção ao multibanco, caminhando pendurada no telemóvel, muito determinada e decidida. À porta do banco, um pequeno momento de equilíbrio, telemóvel no pescoço, entre a cabeça inclinada para a direita e o ombro desse mesmo lado enquanto que as mãos, agora livres, procuraram o cartão de débito, que lhe permitiu então entrar no banco logo que o passou na ranhura da porta e assim, assim desapareceu da minha vista, assim se esfumaram os meus sonhos e ali fiquei especado, preso ao chão, como um pateta a olhar o vazio que logo se abriu à minha frente.

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