quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Isto tem que andar c'os diabos mas para uma telenovela talvez nao...!


Infelizmente o tempo não dá para tudo e esta historinha até que tem a sua piada para além de ser uma forma divertida e engraçada de nos libertarmos das tensões do dia a dia sendo ao mesmo tempo um bom exercicio de oficina de escrita .

Por agora acrescenta-se o que já tinha sido escrito hà já alguns dias e depois logo se vê:



A vida é estranha! Nada acontece por acaso no entanto tudo é fruto do acaso.
Não é na ciência ou na religião, na observação apurada dos factos ou na fé, que se encontra uma cabal justificação para o fenomenal acontecimento que é estar vivo.
Conhece - se o processo próximo que nos leva a vir ao mundo e a nele sobrevivermos mas não há uma explicação integral , suficientemente satisfatória para demonstrar com evidência que determinado ser humano , por exemplo , você ou eu , estejamos por cá , da forma e com a forma e personalidade que temos.
Um mistério, digamos assim. Existir, ser – se gente, ser -se um singular e especialíssimo ser humano é de tal modo um caso fortuito que chega a dar vontade de rir, rir francamente, rir abertamente, rir desbragadamente.
E é preciso agradecer, agradecer diariamente, em todos os momentos, sincera e respeitosamente, ao caos generoso que aqui nos trouxe, cabendo – nos a de igual modo, verdadeiramente, a obrigação de fazer o melhor por nós e pelos que nos são próximos, também por aqueles que de nós estão mais afastados mas que são como nós e ainda pelos que não são exactamente como nós mas que, estando perto ou longe, connosco partilham este mesmo planeta, lugar onde todos vivemos, afinal a nossa grande casa e que por isso merece, também ele, uma especial e, por motivos menos positivos, infelizmente, cada vez maior atenção.

Rodou a chave, empurrou a porta e entrou na cabana deixando cair, logo junto à entrada, o pequeno saco com alguma roupa e objectos de higiene pessoal que com ele anda sempre no carro, digamos que para qualquer emergência, e pendurou, no cabide fixado na parede do lado direito, o casaco que trazia vestido. Pousou, de seguida, as chaves do carro na elegante e querida mesinha de madeira, de um só pé, situada um pouco mais à frente no corredor, do outro lado, e avançou até à ao amplo mas não muito grande espaço onde ficam a sala e a cozinha da casa.
No entanto , antes , deteve - se por uns breves instantes, que lhe pareceram durar uma eternidade, a olhar contemplativamente aquela mesa tão especial e singular comprada , hà já muitos anos , num dia de frio intenso mas de grande e quente alegria , numa feira de velharias da Covilhã onde costumavam ir , mesa na qual Rafael e Rita, tinham dispendido umas boas horas de dedicado mas prazenteiro trabalho de restauração. Não sei se essa é a razão que justifica que ambos gostem tanto dela mas a verdade é que têm por aquele objecto, de pequeno valor material, uma tal afeição e uma tão grande ternura que lhe atribuem um enorme valor sentimental fazendo dele, porventura, um dos objectos mais valiosos que possuem.

Até já!

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