Vindo ainda agora de Coimbra , onde a pós graduação me vai mantendo ocupado , entro no silêncio da casa e é como se entrasse num outro universo .
Um tanto confuso como se tivesse saído da manga de um avião após uma viagem a um outro país venho com outras ideias e um outro espírito mas , tal como sucede depois de uma verdadeira viagem , lentamente vou sendo atingido pelo ambiente que me cicunda e vou replicando em mim a atmosfera que nele respiro e assim de novo me torno no eu que aqui sou , neste local que quase nada me diz e com o qual não me identifico. E esse eu é um ser revoltado , zangado com o que o rodeia mas , ao mesmo tempo , pouco activo , pouco efectivo , que não tem sido capaz de mudar o estado de coisas.
Muito depende da nossa força de vontade - vem uma voz que se ergue por detrás de mim , informar - muito depende do que realmente queremos para nós, repete.
Ah! mas há tanto tempo que vivo assim ,há tanto tempo que espero que seja o tempo a resolver as coisas que não sei como agir de outra forma - retorqui como se um condenado fosse, condenado a esta pena capital de viver sob uma espécie de uma força maior que esmaga e comprime.
Tens que perder o medo de perder. Lembra - te que o que hoje se perde poderá amanhã ser compensado com outra coisa melhor , mais positiva , que te faça sentir mais incluido , mais humano.
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