Entrou e avançou um pouco pelo hall de entrada . Parou , aguardando que alguém viesse ter consigo.
Olhou em redor , observando os quadros expostos , conseguindo perceber que tinham entre si , uma característica comum: luz e a água .
Em todos eles uma luz expressa , clara e ampla e , em quase todos , água. Num deles, logo à esquerda , para onde primeiro dirigiu o olhar , havia um rio luminoso que sobressaía numa paisagem campestre e que logo chamava a atenção pela forma intensa como a luz se reflectia nas suas águas tranquilas quase deixando passar despercebida a mulher que caminhava junto às margens , com um cesto no braço , como se andasse colhendo fruta.
No outro lado , onde havia uma porta , num outro quadro , era o mar , batendo impetuoso e revolto nos rochedos , que retinha a luz branca de um dia de Agosto , luz que lhe acentuava a rebeldia e a liberdade. De imediato pensou no seu querido Alentejo . Na parede em frente , ao lado da escada que ali nascia , um curioso quadro onde , dentro da piscina , se via de lado uma linda mulher nadando um enérgico mas elegante crawl. Mais uma vez a luz . As curvas do ventre delicado da mulher chamavam a atenção pela forma como a luz nelas incidia , prendendo o olhar , como se ali houvesse um íman . Ao mesmo tempo a imagem , quase fotográfica, transmitia uma grande tranquilidade . Logo ao lado deste , o retrato que mais o impressionou,a lápis ou carvão ,de uma mulher. Traços leves e suaves desenhavam um rosto de onde se soltavam cabelos cor de trigo envolvendo os olhos , tapando até o olho esquerdo , deixando perceber um sorriso breve , tranquilo e amistoso.
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