domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa

Tudo hoje me fez lembrar que a nossa vida não é mais do que uma passagem, um tempo intermédio entre o momento em que nascemos e aquele em que desapareceremos como matéria. Sabemos do início mas desconhecemos o fim.

Como a Páscoa , palavra que , em hebraico , significa passagem .

Se pensarmos que Jesus Cristo faz uma passagem entre a vida e a morte e da morte para a vida pela ressureição , talvez possamos dar à nossa Páscoa o siginificado que tem em hebraico até porque , com o seu sacrificio , leva os que então o seguiam e depois muitos outros , a fazer igualmente a passagem , a passagem para uma religiosidade até então desconhecida .


Particularmente hoje , não sei com rigor, como vai ser o dia de amanhã , como poderei então querer ter a pretensão de saber que tipo de foz terá o rio da minha vida?


Vem esta pequena reflexão a propósito da visita pascal em que hoje participei , nesta aldeia onde me fiz gente e onde tanto da minha vida se encontra.


Foi um permanente reencontro com o passado e, a espaços , a pré visão de algum futuro , mas foi o presente que , com prazer e bonomia se impôs e o que vivi a grande parte do tempo .

Benção da época? não sei, não sei até se mereço qualquer espécie de benção, o que sei , o que senti , foi um bem-estar especial, uma calma interior (não obstante alguma agitação vivida) e que se percebia ser sentida tanbém por aqueles com quem falei e me cruzei.


Um tempo presente sempre atravessado pela memória de outros tempos é certo, porque as palavras , feitas conversas , trazem consigo as lembranças , evocando -se , com emoção e sentimento , aqueles que já não estão , relembrando - se episódios passados , história e estórias arrumadas nas gavetas do tempo .

Tenta- se adivinhar no rosto dos jovens as linhas dos seus progenitores como se se parasse o tempo e se fizesse o filme da nossa vida andar para trás, num exercício de recordação e imaginação.



Há novas casas , famílias novas , muita gente que não conheço , porque perdi uma ou mais gerações , mas mesmo isso , esse grande período de tempo aqui não vivido , em que a vida continuou correndo em permanente criação , não me entristeceu tanto como em outras ocasiões tendo - me trazido até uma prazenteira sensação de comunidade e de família, de partilha e comunhão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Peço desculpa, mas o comentário anexo ao texto POCARIÇA na verdade aplica-se ao texto PÁSCOA.