quarta-feira, 14 de julho de 2010

Crianças

É dia ainda. Parece que ontem não existiu e cheguei a hoje vindo do nada.

Estou entre crianças numa brincadeira que só elas sabem ter , correndo e gritando sem razões aparentes apenas pelo prazer de correr e gritar.Balões coloridos levantam-se no ar e a pequenada delira numa alegria sem fim.Atiramos , uns aos outros, água do pequeno lago junto das árvores e eu vou correndo com eles à minha volta até que as forças se esgotam e me deito na relva , olhando o céu e ouvindo as gargalhadas desordenadas que se espalham pelo espaço. As correrias continuam como se aos meus amiguinhos não acabassem nunca as forças. João atira-se para cima de mim e fica a rir-se olhando-me o rosto suado com um ar interrogativo:"então,não brincas mais?" . "Sim", respondo-lhe com o que resta do meu fôlego e sorrio ao mesmo tempo que lhe faço umas cócegas tentando afastá - lo porque quero descansar um pouco mais ,ali deitado no chão.Não resulta. Assim que se recompõe volta a «atacar-me» , chegando agora a sua vez de me fazer umas cócegas que há muito já não tenho mas disfarço e desfaço - me em trejeitos e risos que a certa altura chegam mesmo a ser verdadeiros .



Corro atrás dele como um monstro assustador aproveitando para amedontrar outros coleguinhas que apanho pelo caminho. Gritos e mais gritos. Correria desenfreada e aleatória por entre as árvores e os arbustos passando por cima de toda a folha , até que me atiro de novo para o chão fazendo - me de morto e quase morto estou tal o cansaço." o monstro morreu" , grito bem alto. Ninguém quis saber de tal acontecimento. Se o monstro morreu outras personagens logo surgiram e a brincadeira continuou caótica e livre.

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