domingo, 22 de fevereiro de 2009

Flanando sem rigor




O cansaço hoje começou a fazer - se notar mais fortemente , principalmente nas pernas. Ao mesmo tempo , o entusiasmo efervescente dos primeiros dias a esta revisitada PARIS esvaneceu - se um pouco e misturou - se ainda o sentimento menos nobre de uma certa inveja daqueles que podem usufruir esta cidade , daqueles que aqui vivem . Em conjunto essas três sensações fizeram com que o dia de hoje não fosse tão vibrante como os dois que o precederam.

Mas Paris é Paris , uma cidade fantástica , recortada a todo o instante por locais que nos remetem para a cultura e história , para a literatura e pintura , de uma arquitectura exemplar e especial , em particular aqueles icones mundialmente conhecidos que , quando vistos pelos próprios olhos , de perto , arrebatam os sentidos e nos deixam , me deixaram , por instantes , num silencio respeitador.

Começamos o dia subindo até ao Sacré Coeur , percorrendo um pouco essa zona de Montmartre , hoje um lugar de puro turismo outrora lugar de artistas como Degas e Renoir , para citar apenas dois.

Descemos depois ao Pigalle percorrendo um boulevard onde o sexo é o tema dominante , anunciado sem pudor ou vergonha a qualquer hora , com lojas e salas de espectaculo com ele relacionadas de um lado e de outro .Parámos um pouco mais tempo em frente ao famoso e conhecido Moulin Rouge , que àquela hora da manhã já registava uma razoável fila , não sei se para reservar ou para assistir a algum espectáculo.

















Como os japoneses , tirei muitas fotografias , sempre , a toda a hora , na esperança de trazer comigo tudo aquilo de que não pude usufruir totalmente.


Sou um tanto forreta .Por natureza e agora , acentuadamente pela força das actuais circunstancias económicas. Não consigo fácilmente deixar de lado a questão do dinheiro. Por aqui a todo o instante isso me tem acompanhado. A vida é mais cara que em Portugal , já se sabe , logo , o nosso poder de compra desce e desce tanto mais quanto maior é o interesse turistico dos locais que se visitam: se se está proximo de um ponto altamente concorrido , como por exemplo a Notre Dame , o preço das coisas sobe em flecha. Falemos do café por exemplo, que pode custar um euro , euro e vinte numa ruinha normal mas que junto ao Sacré Coeur , Notre Dame ou na Ile de St Louis poderá custar de 2 , 3,50 ou mais euros. Um cafézinho ... é muito para um forreta , relativamente depauperado pela crise.

É assim o mercado. A lei da oferta e da procura no seu melhor.

O ponto seguinte será La Defense . Zona mais afastada do centro , de arquitectura moderna e arrojada , local onde grandes empresas francesas têm sedes e onde se encotra o Grande Arche , obra imponente do tempo da presidencia de Mitterrand. Impressiona pela dimensão dos edificios e das praças mas não é tão humano nem tem tanta gente como as antigas e tradicionais zonas de Paris

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