e talvez até pudesse ter -me realizado profissionalmente..., sabes?!
Houve uma época em que essa possibilidade existiu mas eu era ingénuo e irrealista.
Pensava que bastava existir , para que isso acontecesse.
Só mais tarde , muito mais tarde , sabes? , depois de muito sofrimento é que percebi que a vida não funciona assim. É preciso muito mais do que simplesmente existir para que haja a possibilidade de se tocar a felicidade.
Eu sei que isto é um lugar comum, que é a coisa mais natural do mundo , isto é , que é a lógica normal das coisas mas para mim não o foi durante muito tempo , sabes?
Pensava que bastava estar , que fosse suficiente respirar , comer e dormir que tudo aconteceria e que tudo o que eu desejasse se tornaria realidade.
Estúpido, não é? imbecil mesmo , mas mantive esse pensamento durante muito tempo , tempo de mais reconheço hoje. A vida encarregou – se no entanto de me ensinar que nada era como eu julgava que fosse e tive naturalmente que fazer o meu caminho cometendo, porventura tardiamente, erros que não tinha cometido e com eles aprender a crescer. E sei que muito tenho ainda que errar , muito tenho que aprender e receio mesmo que já não haja tempo para muita coisa e que muito fique por viver e por fazer.
Sinto o tempo escorrer , sem piedade e por vezes as forças abandonam-me .
Olhei – a discretamente e tentei decifrar através das feições do seu rosto o que lhe passaria nos pensamentos mas nem sempre era fácil. Atrás da leveza daquelas linhas escondia –se algum mistério que ainda não conseguira desvendar e que , de alguma maneira, me intrigava um pouco. Havia momentos em que a sua testa se franzia de uma forma peculiar perdendo – se com isso o equilíbrio que o seu rosto tinha a maior parte do tempo, e isso causava – me alguma perplexidade e admiração.
Olhei – a discretamente e tentei decifrar através das feições do seu rosto o que lhe passaria nos pensamentos mas nem sempre era fácil. Atrás da leveza daquelas linhas escondia –se algum mistério que ainda não conseguira desvendar e que , de alguma maneira, me intrigava um pouco. Havia momentos em que a sua testa se franzia de uma forma peculiar perdendo – se com isso o equilíbrio que o seu rosto tinha a maior parte do tempo, e isso causava – me alguma perplexidade e admiração.
A lareira estava acesa. Levantei – me e fui remexer a lenha, acrescentando mais umas achas, tornando o fogo maior e mais quente. Olhei por instantes as labaredas crescentes e voltei ao lugar caminhando pausada e pensativamente.
Ali estava ela encostada do lado esquerdo da boca do fogo, conversando com a sua amiga Catarina, ambas fumando, trocando conversa recente.
2 comentários:
Pois é... a vida é um contínuo acto de procrastinação, promessas feitas (...a nós próprios) por cumprir, sonhos que se adiam em esperanças que se esfumam nos amanhãs que se vão monotonamente repetindo.
Caro desconhecido(a):
...//...
"Pensava que bastava existir , para que isso acontecesse.
Só mais tarde , muito mais tarde , sabes? , depois de muito sofrimento é que percebi que a vida não funciona assim. É preciso muito mais do que simplesmente existir para que haja a possibilidade de se tocar a felicidade."
...//...
"Pensava que bastava estar , que fosse suficiente respirar , comer e dormir que tudo aconteceria e que tudo o que eu desejasse se tornaria realidade."
GOSTEI... simplesmente.
Continue a escrever assim, mesmo amargurado mas sem complexos, faz bem à nossa alma...
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Solidariedade, saudações,
Procrastinador anónimo
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