terça-feira, 3 de agosto de 2010

Alentejo II

29/7/2010

Estou desempregado. Esta é uma daquelas palavras malditas quase como a palavra cancro. Mas é , acima de tudo , um estado «fodido» , utilizando um termo do português de raiva e de rua , que não é assim tão maldito porque se pode dizer em determinadas circunstancias.

Estar desempregado faz – nos sentir a espaços, ausentes , fora do circuito , afastados da comunidade e , quem sabe, à medida que o tempo vai passando , da realidade.


Vim até ao Alentejo. É uma espécie de romaria anual . Tem sido assim há mais ou menos vinte anos, quase ininterruptamente. Vim pela primeira vez com o Jorge e creio que foi sempre com ele cá que cá voltei , porventura exceptuando a vinda com a Adélia , que foi num Outubro ensolarado de , há mais ou menos , uns dez anos atrás.

De resto tem sido o Jorge , depois a São , o Cabé e a Gu , que foi deposta pela Margarida e esta , por sua vez , destronada , mais recentemente , pela Paula .
Não nos esqueçamos do Zé Augusto ( Augustinho ) e da sua maravilhosa família que , infelizmente , deixaram de vir para cá há uns anos a esta parte .
As irmãs "fitness" , creio que assim eram apelidadas pelo Jorge, Raquel e João , são também habitués deste lugar , mais a Raquel , porque a João depois de casar e de ter o seu filhote aparece menos vezes.

Temos , claro , o inefável João Galo , que é uma presença imprescindível e igualmente assídua como o Jorge.

Com carácter mais passageiro têm aparecido as namoradas do Jorge , múltiplas , miúdas porreiras , a maioria das vezes .

Lembro – me do Paulo Fragoso e do Chico Bianchi . Este último já para cá vem há muito tempo mas muitas das vezes em alturas diferentes daquelas em que eu por cá estou.

Mais recentemente , depois do divórcio , o Didi , Joaquim Faustino de seu verdadeiro nome , tem sido um repetente e já faz parte do , digamos assim , núcleo duro.

Outras pessoas por cá têm passado e estado , como a Ana Rocha , a Xandoca , Cláudia e Tinô , Joana Roldão e outras ainda compondo um grupo de gente gira.

Contudo , sempre tem havido nestas minhas passagens por cá, uns momentos em que a companhia dos outros me satura. Por certo é normal e não me devo preocupar minimamente com isso. Devo é saber viver com isso. Se alguém ficar desagradado deverá ter a gentileza e franqueza disso me dizer. Não deixa é de me ser algo desconfortável e incómodo mas tenho , repito , que saber lidar funcionalmente e razoavelmente com a questão.

Jorge e Didi expiam os seus diabos interiores cantando ; o Bernardo repetindo a frase , “ai! como a brasileira era boa. Só me apetece cobrir…”, parafraseando um pouco a máxima que o «Mestre» Jorge tanta vez profere. Jorge é assim carinhosa e respeitosamente , tratado , pela sua longa experiência destas e de outras andanças.

João Galo , mais calado , consegue sempre manter a presença de espírito e , quando intervém ,diz a coisa certa na hora certa , com algum humor e inteligência. O Gonçalo chegou há pouco. Ainda vem a viajar. Deverão ir até à Zambujeira , completar a noite de copos.

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